terça-feira, junho 27, 2006

Proximidade

num tempo mais lá atrás, ainda tudo era ínicio, ainda eram névoas que me tolhiam o caminho, ainda era a incerteza que me guiava e no entanto ao fundo uma luz...

A partir de uma certa proximidade física a visão fica turva e desfocada e de nada nos serve. Resta-nos então apelar aos outros sentidos: à audição, ao olfacto, ao tacto e até mesmo ao paladar.
A partir de uma certa proximidade emocional todos os sentidos ficam turvos e desfocados, a voz falha e o coração dispara. Resta-nos seguir o murmurinho da alma.
Fui eu que me aproximei demasiado de ti ou deixei-te aproximar em demasia?
Porventura amo-te mais do que deveria e no entanto sinto que te amo menos do que queria.

Em algum outro lugar. cap. I

Em algum outro lugar, talvez em lugar nenhum... talvez até nem tivesse importancia...o lugar. Talvez não fosse essa a razão de estar negra a minha alma. O significado do furo da minha alma há-de ser outro. Por lá se esvai alegria. É como se de um balão furado se tratasse. Podes encher momentaneamente de ar, mas fatalmente se vais esvaziar de seguida. Podes brilhar, reluzir explenderosamente no céu, mas logo que te afasta a minha alma fica carregada de nuvens escuras.
Fazes-me falta...
Talvez não fosse do lugar. Talvez em algum outro lugar... ou noutro tempo. Talvez mais cedo, ou mais tarde. Não agora... aqui e agora. Não era suposto encontrar-nos agora. Quem foi que se atrasou? Quem chegou tarde? Não era aqui que estava marcado o encontro... Era lá atrás. Não nos cruzamos, ou se calhar até tenhamos passado um pelo outro, assim perto, a tocar-nos ao de leve, mas não nos vimos.
Agora aqui e não noutro lugar, tenho imensas saudades tuas e ainda estás ao alcance de um abraço.
Tenho medo.
Tenho medo de te perder e que estas nuvens não passem.
Ainda não te perdi e já sinto saudades tuas. Fazes-me falta.
Já te disse hoje como és linda? Desculpa este meu esquecimento.
Adoro o teu sorriso e esse teu jeito. Adoro fazer-te sorrir, deixar-te sem graça. Adoro-te como tu és, assim, perfeita, linda, simplesmnte maravilhosa. Sorri, meu anjo.
Já te disse mais do que uma vez que não sabes o que és. Não tens verdadeiramente noção de ti. Às vezes espanto-me como tão madura e segura não te reconheças, não vejas a pequena maravilha que és.
Tens um jeito discreto, e de facto não se consegue tirar logo tudo de ti apenas com um primeiro olhar, uma primeira impressão... e no entanto perante essa aparencia frágil és tão firme e segura, senhora de si, linda, inteligente, generosa. Das fraquezas fazes forças e não reparas em tal.

Ainda aqui estás e já me fazes tanta falta.
Não te posso perder... será que te poderei ganhar?