domingo, julho 23, 2006

brincar com fogo...

Ninguém diga nada. Ninguém fale dos outros. Os próximos somos nós, a entrar nesta farsa. É um jogo de arder na fogueira, um fascinio pelo fogo. Voar em direcção ao sol, qual Ícaro, dá sempre em tombo. Somos sempre Dédalos nas vidas dos outros... mas sempre Ícaros nas nossas. É o fascínio da borboleta pela luz, é o prazer que nos mata... atração fatal.
E também gostamos sempre de ser acarinhados, mesmo que saibamos que estamos a jogar, a magoar.
Neste jogo se se entra a sério, que se investe é sempre para perder.
Eu a arder na minha fogueira e os outros nas deles.

sexta-feira, julho 14, 2006

pouco "católica"

Hoje não me passavas cavaco. Não disseste nada durante a madrugada. Não me atendeste de manhã. Não desisti. Chatei-te e tornei-te a chatear.
Eu sou assim, às vezes chato de tanta perserverância e às vezes desisto ao primeiro toque. Nem eu me percebo bem.
Neste caso foi para a primeira.
Insisti... Escrevi-te... e tornei a insistir.
Quando ia-te dizer que assim ias para o inferno, enfim respondeste.
Já te conheço. Já sei o que querias ou não querias. Não precisas de falar nada, basta não falares.
Já sei que hoje estavas pouco "católica". Foi de ontem. Viu-se nos teu olhos (lindos por sinal).
Mas vês... nem foi dificil. Depois de falares já estavas mais bem disposta. Já estavas mais alegre, mais "católica". O truque é atirar as coisa más para trás das costas. Até costumas fazer isso bem, mas começas a ter coisas a mais atrás das costas para carregares sozinha.
Se calhar o truque é continuar a respirar... a continuar a sorrir...
Já estás mais "católica" e isso é que interessa se queres ir para o Céu.

terça-feira, julho 11, 2006

desilusão

Ao fim ao cabo todas as pessoas acabam por nos desiludir. E se não nos desiludem é porque a vida nos foi curta. É tudo uma questão de tempo. No entanto a verdadeira questão aqui é: o que sentimos por essa pessoa é superior ou inferior à desilusão?

quinta-feira, julho 06, 2006

tenho um furo na alma

Tenho um furo na alma.
Sinto que me esvazio. sinto que me escapo.
Tenho um furo na alma.
Não sei se se cura ou se troca (de alma).

Trago um furo da alma.
Hoje senti-te mais longe, como se escapasses,...
entre os dedos,...
pelo buraco da minha alma.

quarta-feira, julho 05, 2006

Será que posso afastar-me dela?

“Gostaria de penetrar os seus segredos, gostaria que se me dirigisse e dissesse: “Bem sabes que te amo”, mas se tal loucura é irrealizável, então... que desejar? Será que sei o que desejo?
Estou como que perdido; o que quero é ficar ao pé dela, na sua auréola, na sua irradiação, para sempre, durante toda a vida. Nada mais sei! Será que posso afastar-me dela?

Dostoievsky, “O Jogador”

terça-feira, julho 04, 2006

Preciso de ti

Talvez fosse da hora... assim de manhazinha, acabado de acordar. Ainda não tinha bem acentes as ideias, e depois é isto... acabamos a falar com o coração. Talvez de manhã sejamos mais sinceros. Talvez ainda não estejamos preparados para nos dissimularmos, para mentirmos. Estamos desprotegidos, expostos, nús.
Não interessa agora porque... Está dito, está dito. As palavras não vão ser retirados. Não dá para apagar o que disse.
Preciso de ti.
Não disseste nada.
Certamente sorriste (sorriste como só tu sabes) e não disseste nada. Mas que terás pensado.
Terei sido patético e frágil? Não sei. Só sei que preciso de ti.